sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A Ligação


     Todos sabem que nossa ligação com a Itália é devido ao nonno de Giulia e Sofia. Meu sogro veio para o Brasil em 1958. A Itália após a segunda guerra mundial estava destroçada em uma profunda crise econômica e com desemprego em taxas estratosféricas. Neste contexto ele embarcou no porto de Nápoles no navio Conte Biancamano com destino ao Rio de Janeiro, posteriormente embarcou pra Salvador onde encontraria seu irmão mais velho, Gaetano, e seu tio Francesco que já tinham imigrado anteriormente e já estavam estabelecidos em Salvador.

Conte Bincamano

     O Brasil da década de 50 sofria carência de mão de obra alfabetizada e qualificada, pois nossa população era em grande parte analfabeta e com baixa qualificação para exercer atividades como hidráulico, marceneiro, alfaiate, carpinteiro, ferramenteiro, costureiro, barbeiro, padeiro, motoristas, mecânicos e outras. Os Italianos eram alfabetizados e qualificados e tinham noção do ofício, pois, quando eram pequenos, ao saírem da escola, aprendiam uma profissão, até mesmo os que viviam da agricultura, com um parente ou vizinho. Eles chegavam aqui e encontravam trabalho sem maiores dificuldades.

     Após a visita de dona Carmela e Domenico em 2004, e depois de no ano de 2006, quando meu sogro retornou a Itália após 48 anos para levar Anajara para conhecer seus outros tios e primos, os laços dela com sua famiglia estreitaram. Assim a cada dois ou três anos a ligação é fortalecia tanto com nossas idas a Itália, quanto pelas visitas ao Brasil de seus familiares.

     O Nonno de Giulia e Sofia hoje é um ítalo-brasiliano, embora não admita, pois não vive mais sem os brasileiríssimos feijão e farinha de mandioca.

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